ENTREVISTA AO PILOTO RÚBEN FRANCISCO | CAMPEONATO NACIONAL ELÉTRICOS 1/10 PISTA

CAMPEONATO NACIONAL DE ELÉTRICOS | ESCALA 1/10 PISTA
Entrevista ao piloto Rúben Francisco

Nesta semana, que antecede a 5.ª prova do Campeonato Nacional de Elétricos Escala 1/10 Pista (calendário da FEPRA – Federação Portuguesa de Radiomodelismo Automóvel) editamos mais uma entrevista do leque de pilotos que integram o atual Top 10. Falámos com Rúben Francisco, natural de Lisboa, mas que reside em Coimbra e a quem agradecemos a entrevista e desejamos um excelente resto de época. Piloto da AAC – Associação Académica de Coimbra – Secção de Radiomodelismo ocupa o 10.º lugar da tabela do campeonato, com 370 pontos.

Rúben Francisco é um jovem piloto. Metódico e experiente. Aliás, na senda dos pilotos que cruzam as pistas do R/C, neste Campeonato Nacional de Elétricos. Afável no trato, muito educado, recebe sempre, quem o aborda, com um franco sorriso. Ligado há muito ao radiomodelismo e também às slot, outro hobby que atrai milhares de entusiastas, Rúben Francisco revela, nesta entrevista, um pouco do seu “eu”, de como começou e abraçou este hobby e como a pouco e pouco foi participando e conseguindo alguns troféus, nomeadamente, o de Campeão Regional Centro, Campeão Nacional, em 2007, títulos de vice-campeão, presença numa prova europeia em 2008, em Villareal-Espanha e em 2010 no mundial realizado em Burgdorf.

Sustenta que nem sempre é fácil conciliar o trabalho com o hobby, principalmente, para a realização dos indispensáveis treinos, mas manifesta-se satisfeito com a sua prestação este ano, e que ainda pensa melhorar até ao final.

Defende que os clubes deveriam apostar mais na divulgação das provas e sublinha que o convívio e amizades “que estas provas proporcionam são fantásticos”. À semelhança de outros pilotos acrescenta que o radiomodelismo “contribui bastante para o meu bem-estar” e que sempre se fazem alguns amigos.

Tablier Magazine: Há quanto tempo te ‘morde’ o ‘bichinho’ da competição? Há alguma história relacionada com a tua descoberta do rádio modelismo, por exemplo, lembras-te o que te trouxe para as ‘corridas’?

Julgo que já rondam os 25 anos. Decorria o ano de 1993 quando descobri esta modalidade, num ano em que foi realizado em Coimbra um campeonato europeu na escala 1/8 TT… ao assistir fiquei fascinado pela velocidade, adrenalina que aqueles bólides me transmitiam. Passados alguns meses consegui adquirir um em 2.ª mão para me iniciar.

TM: Corres na escala 1/10, em pista e com um modelo de turismo – esta é a tua preferência por algum motivo especial? Participas noutras competições, esperas vir a participar, começaste mesmo por esta – gostávamos que nos contasses o teu trajeto em termos de competição.

Gosto muito desta escala dado o seu maior realismo, à sua maior minuciosidade, ao facto de todas as mudanças que se efetuam no setup do carro se verifiquem sempre em pista, mas onde me iniciei em 1993, foi no 1/8 TT. Foi onde aprendi mais coisas, foi onde fiz mais provas, mas a dada altura da minha vida em que terminei os estudos e comecei a trabalhar, o tempo disponível para fazer provas e principalmente para a manutenção começou a ser muito escasso. Foi nesta altura que experimentei os turismo elétricos e acabei por ficar convencido. Em termos de resultados e do que me lembro com mais importância no 1/8 TT, foi um título de Campeão Regional Centro, presença no Campeonato do Mundo realizado em Coimbra em 1998. Entre muitas provas efetuadas, nos turismo, tenho um título de Campeão Nacional em 2007, alguns vice-campeonatos, presença num europeu em Villareal-Espanha em 2008 e um mundial em Burgdorf em 2010.

TM: Indica-nos qual o equipamento da tua preferência para competir? Qual a tua escolha de chassis, motorização, comando, se tens aspirações neste campo, enfim tudo o que achares relevante – sem revelares os teus truques.

Em termos de material que estou a usar, o chassi é um Yokomo BD8-2018, motor Muchmore, variador Nosram, baterias LRP e comando Sanwa.

TM: Impressões do teu ‘setup’ para este ano? A poucos dias da 5.ª prova e última prova do campeonato a que se segue a Taça de Portugal pensas que já tens a plataforma estabilizada e no máximo rendimento ou ainda há espaço para evoluir?

Em termos de setup do conjunto chassi/motor/variador, normalmente muda um pouco de pista para pista, mas convém ter um de base e em relação a isso posso dizer que estou satisfeito com o que tenho. Em todo o caso há uma parte muito importante, que é a condução do piloto e essa acho que ainda está muito longe dos níveis que estava habituado no passado, mas penso que aos poucos vou melhorando. O último ano em que fiz um Campeonato Nacional completo foi há 8 anos, então não é fácil voltar com o mesmo tipo de andamento, mas com tempo e com mais prática, vou tentar melhorar.

TM: Após a prova realizada na Maia estás em 10.º lugar no campeonato, com 370 pontos, ex aequo com o piloto Paulo Bartolo ACRP. Qual é a tua expectativa para o que ainda falta?

Em termos da “contabilidade” de pontos do campeonato, sou um piloto que tenta sempre fazer o melhor possível, depois logo se vê a pontuação e classificação final. Em todo o caso, tenho conseguido melhorar um pouco de prova para prova e espero conseguir manter essa toada para as restantes duas provas.

TM: “O nível de competitividade está muito elevado” – é recorrente ouvir esta frase nos meandros das boxes. Qual é a tua opinião?

Sim, de facto o nível está bastante alto prova disso são as constantes lutas, não só em pista nas qualificações e finais, mas também com as estratégias de gestão de pneus para garantir uma melhor classificação. Noto uma diferença enorme desde o último ano em que fiz provas de campeonato nacional. É muito mais complicado agora entrar no Top 10. Penso que a dedicação, o conhecimento, o treino aumentou bastante em todos os participantes.

TM: Consegues dar-nos uma ideia dos teus custos de participação por corrida?

Em termos de custos para participar numa corrida de campeonato nacional, podem variar dependendo se temos de efetuar uma deslocação longa ou não, mas pelo menos 50 euros para a inscrição e um jogo de pneus, se bem que temos a possibilidade de adquirir um 2.º jogo de pneus, mas aí cada piloto faz a sua opção. Mas, que fique claro que existem outras provas normalmente organizadas pelos vários clubes, em que não há a necessidade de adquirir pneus exclusivos para a prova e valores de inscrição mais acessíveis.

TM: Já alertámos o público em geral para a possibilidade de assistir a este tipo de eventos, de forma gratuita. Na tua opinião o que poderia ser feito para dinamizar uma maior afluência?

Sem dúvida que umas notícias e informações como estas partilhadas numa página de Internet ajudam bastante, agora os clubes organizadores das corridas também poderiam fazer um pouco mais pela sua divulgação, assim como as lojas da especialidade.

TM: Este passatempo contribui para o teu bem-estar ou, com a competição, sentes que é mais uma forma de ‘stress’? Consegues conciliar os treinos e as corridas com a componente familiar e profissional? Recomendas esta actividade a quem nos lê?

Para mim, contribui bastante para o meu bem-estar, acabamos sempre por fazer alguns amigos e o convívio que estas provas proporcionam são fantásticos. Nas provas há sempre um pouco daquele nervoso miudinho mas sempre saudável. Quanto a conciliar os treinos e corridas com o resto dos meus compromissos, nem sempre é fácil, gostaria de poder treinar mais, mas não tem sido fácil ter disponibilidade. Recomendo bastante para quem gosta de desporto automóvel e que tenha algum gosto pela mecânica. No meu caso como sempre fui um curioso por mecânica, acabei por ter de aprender bastante para conseguir compreender os comportamentos do carro em pista e assim conseguir melhorar o desempenho.

O ENTREVISTADO NUM MINUTO

Nome: Rúben Francisco
Idade: 40
Naturalidade: Lisboa
Reside: Coimbra
Preferências pessoais
Hobby: Radiomodelismo, BTT, Ciclismo
Livro: Ação
Disco/músico: Metallica
Filme: “Top Gun”
Comida/Prato: Bitoque
Praia: Praia da Cacela Velha
País: Portugal
Férias: Algarve
Viagem que gostava de fazer: Havai
O que o inspira: Sonhar… O sonho comanda a vida

#TablierMagazine

Para mais informações sobre as provas deste campeonato consulte a página da FEPRA onde pode encontrar esclarecimentos sobre os clubes organizadores: Clube RAC/CRB – Clube de Rádio Modelismo de Benfica, RAC – Clube Radiomodelismo São Domingos de Ranas; AAC – Associação Académica de Coimbra – Secção de Radiomodelismo; CRAFF – Clube de Radiomodelismo da Figueira da Foz; ARMAIA – Associação Recreativa de Modelismo da Maia; ACRP – Clube Radiomodelista do Porto.

A próxima prova, realiza-se nos dias 8 e 9 de setembro, na pista das Travessas, em S. João da Madeira (clube anfitrião ACRP – Clube Radiomodelismo Porto).

Outras Entrevistas:
Rodrigo Ferreira (aceda aqui), Hélder Silva (aceda aqui), Jorge Simões (aceda aqui), Hugo Miguel (aceda aqui), Frédéric Santos (aceda aqui), Nuno Durães (aceda aqui), José Fernando Cordeiro (aceda aqui).

Related posts