ENTREVISTA AO PILOTO RODRIGO FERREIRA | CAMPEONATO NACIONAL ELÉTRICOS 1/10 PISTA

CAMPEONATO NACIONAL DE ELÉTRICOS | ESCALA 1/10 PISTA
Entrevista ao piloto Rodrigo Ferreira

A uma prova do final do Campeonato Nacional de Elétricos Escala 1/10 Pista (calendário da FEPRA – Federação Portuguesa de Radiomodelismo Automóvel) editamos mais uma entrevista do leque de pilotos que integram o atual Top10. Desta feita falamos com Rodrigo Ferreira, a quem agradecemos a entrevista e desejamos um excelente resto de época. Piloto do Clube RAC/CRB – Clube de Rádio Modelismo de Benfica, ocupa o 6.º lugar com 384 pontos.

Rodrigo Ferreira está expectante quanto à próxima prova do campeonato, que se realiza dentro de dias em S. João da Madeira. O piloto de Odivelas não conseguiu ir fazer o tradicional período de treino, devido a motivos profissionais, mas não perde a boa disposição e mostra-se expetante quanto ao resultado afirmando que “vou dar o meu melhor nesta última prova”.

Contou-nos que começou muito novo nestas lides do radiomodelismo. O “bichinho” foi “mordendo” ao longo do tempo até que incentivado pelo Sr. Miranda da loja “Entretem”, como nos contou, e depois de experimentar a emoção de conduzir os pequenos carros, não mais largou a modalidade que considera contribuir “sem dúvida para o meu bem-estar”.

Nesta conversa Rodrigo Ferreira além de nos contar como tudo começou, fala-nos da experiência acumulada ao longo dos anos e, como após uma paragem “não programada” de quatro anos, veio encontrar a modalidade diferente, para melhor.

Lembra ainda o esforço que tem feito para a divulgação da modalidade, nomeadamente junto da Câmara Municipal de Loures, iniciativa que diz ainda não foi para a frente “mas não está esquecido”.

Detentor de alguns galardões, partilhou com a Tablier.pt, uma fotografia que retirou do álbum de recordações e onde está acompanhado do atual Campeão Mundial da modalidade, Bruno Coelho, ainda criança e longe de pensar que um dia seria um “mestre” na condução dos pequenos elétricos.

Rodrigo Ferreira com Bruno Coelho (jovem à direita)

Esta é uma das recordações. E ficaram “tantas histórias por contar” como nos disse.

Tablier Magazine: Há quanto tempo te ‘morde’ o ‘bichinho’ da competição? Há alguma história relacionada com a tua descoberta do rádio modelismo, por exemplo, lembras-te o que te trouxe para as ‘corridas’?

Tudo começou em 1992. A “Entretem” (loja de radio modelismo no Centro Comercial da Portela) onde passava todos os dias para ver os carrinhos expostos na montra quando voltava da escola. O Sr. Miranda um dia veio até ao exterior da loja falar comigo pois via-me todos os dias a ver os carros. E disse que no parque de estacionamento do centro ele tinha uma espaço onde faziam corridas aos fins de semana, caso eu tivesse interesse em ver que podia passar lá. E foi o que fiz e nunca mais larguei a modalidade.

TM: Corres na escala 1/10, em pista e com um modelo de turismo – esta é a tua preferência por algum motivo especial? Participas noutras competições, esperas vir a participar, começaste mesmo por esta – gostávamos que nos contasses o teu trajeto em termos de competição.

Sim esta foi a minha escala inicial e única apesar de ter experimentado outras escalas 1/10 nitro e 1/10 TT. Comecei a competir no estacionamento do Centro Comercial da Portela num troféu da loja. Posteriormente passamos para uma zona outdoor – havia a necessidade de ter mais espaço pois o número de pilotos era excessivo. Entre 1994 e 1995 tornei-me sócio do CRAP (pista de Monsanto) e aí comecei realmente a competição ao mais alto nível nacional. Antigamente a exigência, no global, era muito maior pois existiam muitos truques por parte nos pilotos mais experientes no que diz respeito a baterias (Nimh), motores (tratamento dos mesmos, “escovas e molas de escovas”) tudo era optimizável como tal era necessário muito tempo gasto a perceber como se faziam as coisas corretamente, a troca de informação e ajuda na altura praticamente não existia. Com o tempo acabei por melhorar os meus conhecimentos acabando mesmo por terminar um Campeonato Nacional em 2.º lugar. Ajudei muita gente a evoluir pois nunca fui de guardar segredos. Com a idade tive a necessidade de fazer uma pausa de 4 anos e quando voltei tudo era novidade em relação as electrónicas. Portanto foi todo um novo processo de aprendizagem baterias (Lipo) motores sem escovas e mais potentes. Após o meu regresso, este é o meu quarto ano de competição, o espírito de entreajuda melhorou bastante e só posso dizer que estou super contente de ter voltado pois isto para mim é mesmo um escape da vida profissional.

TM: Indica-nos qual o equipamento da tua preferência para competir? Qual a tua escolha de chassis, motorização, comando, se tens aspirações neste campo, enfim tudo o que achares relevante – sem revelares os teus truques.

Este ano eu e mais dois amigos resolvemos juntar-nos e comprar o mesmo carro. Marca de chassis escolhida foi a Serpent com o modelo 4x evo, electrónica Hobbywing e comando Futaba. Realmente estou muito contente. O carro revelou-se ser muito competitivo e com pessoas impecáveis tudo é mais fácil.

TM: Impressões do teu ‘setup’ para este ano? A poucos dias da 5.ª prova e última do campeonato a que se segue a Taça de Portugal pensas que já tens a plataforma estabilizada e no máximo rendimento ou ainda há espaço para evoluir?

Há sempre espaço para evoluir apesar de já ter uma base sólida para trabalhar. Infelizmente devido à minha vida profissional não consegui ir treinar a S. João da Madeira mas o feedback que os meus colegas me deram foi muito positivo.

TM: Após a prova realizada na Maia estás em 6.º lugar no campeonato, com 384 pontos. Qual é a tua expectativa para o que ainda falta?

Entrar no Top 5 é realmente o meu objetivo. Este ano provavelmente é o mais competitivo de sempre, não vai ser fácil. Vou dar o meu melhor nesta última prova sabendo que sou um piloto muito mais conservador que o resto dos pilotos pois acho que não vale tudo, estragar material para ganhar provas não contem comigo. 

TM: “O nível de competitividade está muito elevado” – é recorrente ouvir esta frase nos meandros das boxes. Qual é a tua opinião?

Sem dúvida este ano é provavelmente o ano mais competitivo em que já participei.

TM: Consegues dar-nos uma ideia dos teus custos de participação por corrida?

Cento e cinquenta euros por prova, tudo incluído.

TM: Já alertámos o público em geral para a possibilidade de assistir a este tipo de eventos, de forma gratuita. Na tua opinião o que poderia ser feito para dinamizar uma maior afluência?

Em tempos tentei abordar a Câmara Municipal de Loures no sentido de ceder um espaço de forma a agarrar os miúdos das escolas e incentivá-los à competição saudável, tirá-los de casa. Dinamizar a escala junto dos mais jovens. Como é algo que não gera muito dinheiro não foi para a frente mas ainda não está esquecido.

Melhorar as condições gerais das pistas, infelizmente no nosso país os clubes vivem da carolice dos pilotos que gostam da modalidade.

TM: Este passatempo contribui para o teu bem-estar ou, com a competição, sentes que é mais uma forma de ‘stress’? Consegues conciliar os treinos e as corridas com a componente familiar e profissional? Recomendas esta atividade a quem nos lê?

Contribui sem dúvida para o meu bem-estar e temos de conseguir conciliar todos os momentos na nossa vida. Para quem gosta de competição automóvel aconselho vivamente esta modalidade.

O ENTREVISTADO NUM MINUTO

Nome: Rodrigo Ferreira
Idade: 40
Naturalidade: Portuguesa
Reside: Odivelas
Preferências pessoais
Hobby: Radio modelismo, Desenho
Livro: Policiais
Disco/músico: Tudo ponderado
Filme: Tudo
Comida/Prato: Chocos
Praia: Barranco das Belharucas – Olhos d’Água
País: Portugal
Férias: Algarve
Viagem que gostava de fazer: Eslováquia
O que o inspira: A família

#TablierMagazine

Para mais informações sobre as provas deste campeonato consulte a página da FEPRA onde pode encontrar esclarecimentos sobre os clubes organizadores: Clube RAC/CRB – Clube de Rádio Modelismo de Benfica, RAC – Clube Radiomodelismo São Domingos de Ranas; AAC – Associação Académica de Coimbra – Secção de Radiomodelismo; CRAFF – Clube de Radiomodelismo da Figueira da Foz; ARMAIA – Associação Recreativa de Modelismo da Maia; ACRP – Clube Radiomodelista do Porto.

A próxima prova, realiza-se nos dias 8 e 9 de setembro, na pista das Travessas, em S. João da Madeira (clube anfitrião ACRP – Clube Radiomodelismo Porto).

Outras Entrevistas:
Hélder Silva (aceda aqui), Jorge Simões (aceda aqui), Hugo Miguel (aceda aqui), Frédéric Santos (aceda aqui), Nuno Durães (aceda aqui), José Fernando Cordeiro (aceda aqui).

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