ENTREVISTA AO PILOTO HÉLDER SILVA | CAMPEONATO NACIONAL ELÉTRICOS 1/10 PISTA

CAMPEONATO NACIONAL DE ELÉTRICOS | ESCALA 1/10 PISTA
Entrevista ao piloto Hélder Silva

Concluída a quarta jornada do Campeonato Nacional de Elétricos Escala 1/10 Pista (calendário da FEPRA – Federação Portuguesa de Radiomodelismo Automóvel) realizada na Pista de Vilar da Luz, sob a organização da ARMAIA – Associação Recreativa de Modelismo da Maia, conversámos com Hélder Silva, a quem agradecemos a entrevista e desejamos um excelente resto de época.

O piloto da ARMAIA terminou a prova na 4.ª posição, repetindo o resultado conseguido em Maiorca. A estes junta um 5.º lugar, em Coimbra, e um menos favorável 8.º lugar, na primeira prova realizada em Abril, em Monsanto, Lisboa, sob severas condições meteorológicas. Acrescentaríamos que esta foi, até ao momento, a prova mais difícil com muita chuva a condicionar a realização das diversas mangas.

Hélder Silva é um piloto experimentado. Natural do Porto e a residir em Mindelo, figura no chamado Top 5 (é 4.º na classificação geral do campeonato, com 418 pontos) mas, sabemos, que a vontade é subir mais um lugar e entrar no exigente Top3. Nada que seja impossível. Mas, quando só falta uma jornada para a conclusão do campeonato terá que gerir bem a prova que se realiza em 8 e 9 de setembro, na Pista das Travessas, em S. João da Madeira. Segue-se a Taça de Portugal, em outubro, em Monsanto, Lisboa.

Nesta conversa Hélder Silva conta-nos como tudo começou como uma brincadeira e como evoluiu. Dá conta do chassis e da tecnologia que está a usar atualmente no seu carro que está próximo de estar “no ponto que eu quero”, sublinha.

Refere ainda que a qualidade competitiva entre os pilotos está num nível elevado e, como consegue conciliar este seu hobby com a vida familiar.

Tablier Magazine: Há quanto tempo te ‘morde’ o ‘bichinho’ da competição? Há alguma história relacionada com a tua descoberta do rádio modelismo, por exemplo, lembras-te o que te trouxe para as ‘corridas’?

Tudo começou por volta de 2008. Já não me recordo bem o porquê mas acabei por receber como prenda de anos um Tamiya TT-01, comprado numa loja do centro comercial Bom Sucesso. Muito me diverti num ringue de futebol com os meus colegas de trabalho, à volta de pinos improvisados. Depois foi pesquisa em blogs e em fóruns que me levou à pista da Maia e a parti daí foi um pouco evolução natural.

TM: Corres na escala 1/10, em pista e com um modelo de turismo – esta é a tua preferência por algum motivo especial? Participas noutras competições, esperas vir a participar, começaste mesmo por esta – gostávamos que nos contasses o teu trajeto em termos de competição.

A minha formação académica e o meu trabalho estão muito relacionados com eletrónica e eletricidade por isso para mim foi a escolha natural. Muitos dos anos iniciais foram passados em Tomar e em Torres Novas na pista do Fernando Cardoso. Lá fiz bastantes troféus e aprendi bastante com toda a ajuda que recebi. A partir desses troféus comecei a fazer o campeonato nacional. Já experimentei outras escalas mas para mim esta é a escala mais equilibrada. Custos controlados, muito equilíbrio, concentração, máximo desempenho do chassis e condução é o que mais aprecio. Saltos, sujidade, embraiagens, caixas de velocidade, afinação de motores e ruído é algo que evito ao máximo.

TM: Indica-nos qual o equipamento da tua preferência para competir? Qual a tua escolha de chassis, motorização, comando, se tens aspirações neste campo, enfim tudo o que achares relevante – sem revelares os teus truques.

Neste momento uso chassis Xray, eletrónica ORCA e rádio Ko Propo. As diversas marcas são muito parecidas em termos de desempenho. As minhas escolhas foram baseadas em fiabilidade e disponibilidade de peças. A Xray tem sempre muito material de substituição disponível rapidamente (muito importante em provas) e é um chassis muito fácil de trabalhar e muito rápido. A eletrónica ORCA é muito fiável e tem um desempenho muito elevado.

TM: Impressões do teu ‘setup’ para este ano? Depois da 4.ª prova pensas que já tens a plataforma estabilizada e no máximo rendimento ou ainda há muito espaço para evoluir?

O carro não tem estado no ponto que eu quero mas está a chegar lá. Na última prova da Maia o carro já estava muito melhor e faltou piloto para um melhor resultado. Para as Travessas vou tentar treinar mais um pouco e ganhar mais confiança. O meu problema tem passado muito por estabilizar a traseira do carro. Se não tens um carro seguro não tens confiança.

TM: Após a prova realizada na Maia estás em 4.º lugar no campeonato, com 418 pontos. Qual é a tua expectativa para o que ainda falta?

Espero fazer um pódio. Este ano temos muitos pilotos a andar muito bem e não tenho treinado o que torna tudo muito mais difícil.

TM: “O nível de competitividade está muito elevado” – é recorrente ouvir esta frase nos meandros das boxes. Qual é a tua opinião?

Não podia concordar mais. E assim é que vale a pena. Prefiro ficar a meio da tabela com 40 pilotos do que ganhar com 10. Noto que tem havido bastante treino e muitos pilotos a evoluir muito. Só desejo que ainda melhore mais para os próximos anos.

TM: Consegues dar-nos uma ideia dos teus custos de participação por corrida?

Em média rondará os 200€. Mais barato se for perto, mais caro quando requer alojamento.

TM: Já alertámos o público em geral para a possibilidade de assistir a este tipo de eventos, sem custos. Na tua opinião o que poderia ser feito para dinamizar uma maior afluência?

Não é fácil, como acontece com qualquer hobby que não seja de massas. É preciso mais divulgação (como o trabalho excelente que a Tablier está a fazer este ano), mais troféus nas pistas, talvez um troféu indoor num centro comercial com apoio e presença de lojistas e uma maior divulgação do que está a acontecer na corrida. Muitas vezes quem está de fora a ver não se consegue aperceber do que está a acontecer e perde o interesse.

TM: Este passatempo contribui para o teu bem-estar ou, com a competição, sentes que é mais uma forma de ‘stress’? Consegues conciliar os treinos e as corridas com a componente familiar e profissional? Recomendas esta actividade a quem nos lê?

É um stress saudável. É sempre um equilíbrio entre família e hobby mas não é difícil conciliar, claro que será muito caso a caso. Recomendo a todos como escape do dia-a-dia, um desafio diferente. Há muito para aprender, não é um hobby fácil, é preciso gostar bastante.

O ENTREVISTADO NUM MINUTO

Nome: Hélder Silva
Idade: 40
Naturalidade: Porto
Reside: Mindelo
Preferências pessoais
Hobby: Radiomodelismo
Livro: “Breve História do Tempo”, Stephen Hawking
Disco/músico: Kaputt – Destroyer
Filme: “Pulp Fiction”
Comida/Prato: Francesinha
Praia: Mindelo
País: Portugal
Férias: Portugal
Viagem que gostava de fazer: Vietnam
O que o inspira: O pôr do sol

#TablierMagazine

Para mais informações sobre as provas deste campeonato consulte a página da FEPRA onde pode encontrar esclarecimentos sobre os clubes organizadores: Clube RAC/CRB – Clube de Rádio Modelismo de Benfica, RAC – Clube Radiomodelismo São Domingos de Ranas; AAC – Associação Académica de Coimbra – Secção de Radiomodelismo; CRAFF – Clube de Radiomodelismo da Figueira da Foz; ARMAIA – Associação Recreativa de Modelismo da Maia; ACRP – Clube Radiomodelista do Porto.

A próxima prova realiza-se nos dias 8 e 9 de Setembro, na pista das Travessas, em S. João da Madeira. (clube anfitrião ACRP – Clube Radiomodelismo do Porto).

Outras Entrevistas:
Jorge Simões (aceda aqui), Hugo Miguel (aceda aqui), Frédéric Santos (aceda aqui), Nuno Durães (aceda aqui), José Fernando Cordeiro (aceda aqui).

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