MOTOGP E MOTO2: MARC MARQUEZ E FRANCESCO BAGNAIA OS HERÓIS DO GP DA HOLANDA

Grande Prémio Motul TT Assen – TT Circuit Assen – Holanda

Grande Prémio da Holanda. No final das 26 voltas ao Circuito de Assen foi Marc Marquez quem subiu ao lugar mais alto do pódio. O piloto espanhol da Repsol Honda Team confirmou este domingo a superioridade que teve na qualificação. Mas a corrida foi uma surpresa com constantes trocas nos lugares da frente, sendo uma das melhores provas da atual temporada.

O piloto espanhol cumpriu a prova com o tempo de 41:13.863 e com a vitória na Holanda consolida o primeiro lugar na classificação do mundial de pilotos. Em segundo lugar no pódio ficou Alex Rins do Team Suzuki Ecstar, que cumpriu a prova em 41:16.132. Em terceiro ficou Maverick Viñales (Movistar Yamaha MotoGP), que fez a prova em 41:16.171.

Quanto ao Mundial de Pilotos, Marc Marquez continua a liderar a classificação, com 140 pontos, sendo seguido de Valentino Rossi (99) e por Maverick Viñales (93).

A prova, como já dissemos, foi muito emotiva.

Valentino Rossi era o piloto a ter debaixo de olho, depois de 10 vitórias neste circuito em todas as categorias, datando a última da época passada.

Na fila da frente, todos os pilotos fazem a mesma escolha de pneus… daí, não podemos tirar ilações, embora a condução particular de cada um e a ciclística de cada modelo, influenciem em muito a “coça” que cada pneu leva.

Cal Cruchlow arranca bem, Valentino Rossi nem por isso. Rossi salta de 3.º para 5.º enquanto Jorge Lorenzo e Marc Marquez medem forças. Nas primeiras duas voltas não há tempo para respirar. Na frente a batalha continua bem viva e Valentino Rossi parece aguardar a melhor altura para passar Marc Marquez – talvez esteja a poupar pneu e a ‘deixar’ aligeirar o peso da mota, de depósito bem carregado ainda.  Acabaria por passar na volta 23 e o público rejubilou nas bancadas, mas nem tudo ia correr de feição.

Voltemos ao início da corrida, quando ainda faltam 20 voltas, Marc Marquez parece ficar para trás, quando Valentino Rossi entra pela traseira de Jorge Lorenzo, provocando estragos visíveis, mas nenhum dos pilotos cai… mantém-se a esperança, fica a dúvida – falha mecânica, distração, aparentemente parece que Lorenzo terá travado forte demais, num local menos comum. A luta continua e, Rossi tenta passar, hesita, e vê passar Marquez e Dovizioso passam com as Ducatis a recuperarem a frente.

Nervos em franja… será que os pneus vão aguentar esta intensidade? Marc Marquez de novo para 2.º, Valentino Rossi para 5.º e Jorge Lorenzo ameaça começar a cavar o fosso. Duas voltas depois Alex Rins surge em 3.º, enquanto Marc Marquez não larga Jorge Lorenzo. Espera-se um ‘Dive Bomb’ a qualquer momento. As trocas na frente são o prato principal.

E mais um toque, desta vez Alex Rins em Marc Marquez que aguenta. No final Marc viria a dizer que mais parecia uma corrida de Moto3 – todos batemos em alguém. Neste borbulhar de pilotos, Rossi cai para 7.º, Lorenzo mantém-se na frente seguido de Alex Rins e Andrea Dovizioso. Será pódio para Rins? A Suzuki parece forte.

A 14 voltas do fim ainda vemos um grupo de 9 pilotos a mostrar que tudo pode acontecer. Marc Marquez devolve o miminho a Alex Rins, de forma mais polida, mas é visível o encosto. Jorge Lorenzo, Andrea Dovizioso e Marc Marquez seguem na frente, seguidos por Maverick Viñales, Johann Zarco e Valentino Rossi. São agora dois grupos de três pilotos e as Ducatis trocam de posição. Andrea Dovizioso na frente.

Maverick Viñales é o mais rápido em pista e isso pode querer dizer que a Yamaha descobriu qualquer coisa no warm-up. “The Doctor” repete a manobra da volta anterior e, em 2 voltas, voltar a ultrapassar – passa o colega de equipa, desta vez. Repetiu tanto esta manobra que, no final, viu-se ‘enganado’ por quem esteve atento. Mas as ultrapassagens na frente ainda não acabaram… há muito tempo que não se vê uma corrida assim. É impossível descrever, só vendo. As Ducatis em luta pelo primeiro lugar. Isto é a melhor corrida do melhor campeonato que se pode ver.

E Maverick Viñales passa todos. Na box parecem incrédulos mas felizes. Jorge Lorenzo parece ter cedido e o grupo da frente integra agora 4 pilotos. Marc Marquez na frente, Maverick Viñales, Andrea Dovizioso e Valentino Rossi, mas as trocas continuam. Fisicamente é impensável o esforço. Só alguém com um treino sobrehumano conseguirá manter esta intensidade de condução, a esta velocidade com tanto calor.

Espanha em guerra aberta na frente. Será Maverick ou Marc? É um prazer ver correr assim.

Faltam 6 voltas, e, na guerra, Marc Marquez e Maverick Viñales saem largo abrindo passagem para Andrea Dovizioso e Valentino Rossi que não perdoam: aproveitam e passam para a frente.

E eis que Valentino, como dissemos, lidera! Os fãs acreditam mas é sol de pouca dura. Durou momentos, e todos se reagrupam. Chega Cal Crutchlow. E agora quem tiver pneus, coração e energia é que decide. As últimas quatro voltas são de tirar a respiração. Constantes trocas de posição entre Valentino Rossi, Andrea Dovizioso, Maverick Viñales e até Cal Crutchlow.

A duas voltas do final da corrida a vitória sorri a Marc Marquez que assume a liderança. Cumpriu ainda a volta mais rápida ao circuito em 1:34.271.

A próxima prova, a 9.ª do Campeonato do Mundo de MotoGP – Pramac Motorrad Grand Prix Deutschland, realiza-se no fim-de-semana de 13 a 15 de julho.


Moto2: Francesco Bagnaia vence GP da Holanda

No GP da Holanda Miguel Oliveira mais uma vez fez uma corrida de trás para a frente, mas desta feita quedou-se pela 6.ª posição, no final da prova.

A história da corrida coloca, em 1.º, um decidido Francesco Bagnaia que saindo da pole position liderou todo o GP da Holanda não dando hipótese à mais direta concorrência.

A corrida, à semelhança da de MotoGP, também foi marcada por lutas entre pilotos para alcançarem os lugares do pódio.

No arranque, Marcel Schrotter e Joan Mir seguem logo atrás de Bagnaia, com Alex Marquez a fazer estragos e a passar o colega de equipa, posicionando-se em terceiro.

Enquanto Joan Mir e Xavi Vierge esgrimavam lugares Miguel Oliveira, lá muito atrás, ainda, desenvencilhava-se de alguns pilotos mais lentos e ia subindo na escala da classificação e, a 16 voltas do final da prova já rolava em 7.º.

Na frente da corrida Francesco Bagnaia dominava, criando até um fosso para os mais diretos concorrentes, enquanto uns metros mais atrás, na luta pela 6.ª posição o piloto português beneficia com a queda de Xavi Vierge, que desiste. Atrás de si Fabio Quartararo vinha desenfreado e, na parte final da corrida, sobe posições até ao 2.º posto. Foi o piloto sensação, nesta prova.

Lorenzo Baldassarri, que até três voltas do final tinha feito uma corrida positiva, fura. O pneu traseiro da Kalex não aguentou o desgaste e o piloto termina a prova com 1 volta de atraso.

Quanto à classificação geral do campeonato Miguel Oliveira consolida o 2.º lugar, com 128 pontos, a 16 do líder Francesco Bagnaia. Em terceiro está Alex Marquez, com 110 pontos.

 

Miguel Oliveira: Assen com mais um amargo de boca

Miguel Oliveira volta a brilhar no circuito de Assen, na Holanda, ao recuperar 11 posições até à bandeira de xadrez. O piloto de Almada de 23 anos voltou a fazer mais uma estrondosa recuperação, tendo deixado para trás mais de uma dezena de pilotos, num daqueles que é dos mais exigentes circuitos para ultrapassar.

A perseverança e determinação do piloto luso da Red Bull KTM Ajo voltaram a demonstrar a essência do ‘herói nacional’, que mesmo com dificuldades de aderência impôs o seu forte ritmo. Ainda não tinha terminado a primeira das 24 voltas, já era 11.º. A luta com o italiano Mattia Pasini pelo 10.º posto fê-lo perder tempo e energia, mas foi com distinção que Miguel Oliveira foi agarrando lugares mais altos ao longo da corrida, deixando para trás vários adversários.

O esforço titânico de Miguel Oliveira colocou-o em 6.º lugar, depois de uma sucessão de recuperações fantásticas. Nem mesmo a ultrapassagem do francês Fabio Quartararo fez baixar o ritmo do piloto português, que agarrou a 6.ª posição até à passagem final pela meta.

O comentário: Miguel Oliveira #44 – “Bem, a corrida foi difícil. Este fim de semana experimentámos várias soluções para nos tentar ajudar na qualificação. Foi um fim de semana onde entendemos muitas coisas, foi positivo para o resto da temporada, porque é nestes momentos difíceis que entendemos cada vez mais a moto e também pressionamos um pouco a fábrica para nos trazer outras soluções. A equipa está de parabéns, fez num trabalho fantástico, tentámos tudo este fim de semana, foram incansáveis comigo os técnicos, sempre a tentar encontrar alternativas para me ajudar a ser mais rápido. O 6.º lugar este fim de semana foi o melhor resultado possível. Vamos para a próxima corrida, na Alemanha, onde o ano passado fomos muito competitivos e lutámos pela vitória com a convicção de que nos aproximamos cada vez mais pela luta do campeonato. Estamos muito positivos e otimistas em relação ao futuro”.

 

Comentário do editor José Alberto da Silva:

Ninguém tem dúvidas acerca das qualidades de Miguel Oliveira. Equipas, jornalistas, fãs e seguidores da competição esperavam que o #44 voltasse a fazer das suas. E fez, em certa e boa medida… recuperar de 17.º na grelha para terminar em 6.º é notável, mas hoje não foi o seu dia. O dia foi de Quartararo e de Bagnaia, que voltou a repetir o circuito a la Lorenzo.

A KTM, em Moto2, parece a Yamaha em MotoGP – nos treinos e qualificações não “sai” o desejado acerto da eletrónica e da ciclística o que torna uma tarefa hercúlea rodar nos lugares da frente. Se Miguel Oliveira tivesse saído da fila da frente, teria sido muito diferente o relato da corrida e, seguramente, o pódio. Bonito ver tantas e tão grandes bandeiras portuguesas a apoiarem o nosso piloto, pelas bancadas”.


Quadro da Classificação MotoGP


Quadro da Classificação Mundial de Pilotos MotoGP


Quadro da Classificação Moto2


Quadro da Classificação Mundial de Pilotos Moto2


Quadro da Classificação Moto3


Quadro da Classificação Mundial de Pilotos Moto3

 

#TablierMagazine
Fonte: MotoGP.com | Fotos: Wikipédia / #44 Miguel Oliveira / MotoGP.com

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