ENTREVISTA AO PILOTO FRÉDÉRIC SANTOS | CAMPEONATO NACIONAL ELÉTRICOS 1/10 PISTA

CAMPEONATO NACIONAL DE ELÉCTRICOS | ESCALA 1/10 PISTA
Entrevista ao piloto Frédéric Santos

Após a segunda ronda do Campeonato Nacional de Elétricos Escala 1/10 Pista (calendário da FEPRA – Federação Portuguesa de Radiomodelismo Automóvel) realizada na pista do Estádio Universitário, em Coimbra, conversámos com Frédéric Santos, segundo classificado na prova, a quem agradecemos a entrevista e desejamos uma excelente época. A anfitriã foi a Secção de Radiomodelismo da Associação Académica de Coimbra que conseguiu juntar, na cidade do Mondego, 34 pilotos e respetivos assistentes mecânicos.

Frédéric Santos é um dos mais experimentados pilotos que participa no Campeonato Nacional de Elétricos 1/10 Pista. Duas vezes campeão nacional da modalidade, 2016 e 2017, tem ainda entre o vasto currículo uma participação no Campeonato Europeu, em 2015, prova que teve lugar em Torres Novas.

Neste conversa o piloto nascido em França, mas que reside em Arcozelo, Vila Nova de Gaia, conta-nos como começou nas andanças do R/C que já o levaram a experimentar outras modalidades, nomeadamente o Todo Terreno. Focado em fazer um bom campeonato – até porque quando está em prova a única coisa em que pensa é no carro e em fazer uma boa corrida –, revela-nos ainda a paixão que tem pela modalidade e que treina para ser cada vez melhor em pista.

Tablier Magazine: Há quanto tempo te ‘morde’ o ‘bichinho’ da competição? Há alguma história relacionada com a tua descoberta do rádio modelismo? O que te trouxe para as ‘corridas’?

A minha primeira prova do Campeonato Nacional foi em 2013 em 1/10 Elétrico pista.

O bichinho começou uns anos antes onde experimentei muita coisa do Todo Terreno até a pista sempre em elétricos mas a pista foi sempre o que mais gostei, muito por culpa da Pista das Travessas de São João da Madeira onde tudo começou.

TM: Corres na escala 1/10, em pista e com um modelo de turismo – esta é a tua preferência por algum motivo especial? Participas noutras competições, esperas vir a participar, começaste por esta – gostávamos que nos contasses o teu trajeto em termos de competição.

Sim a escala 1/10 pista no nosso caso com motor Stock 10.5 T é uma escala que prima pelo equilíbrio e justiça visto ser uma escala onde qualquer pessoa consegue equipar-se de igual forma.

O meu trajeto tem sido a nível nacional. Fiz todas as provas do Campeonato Nacional 1/10 Elétrico pista em 2015 e participei no Europeu realizado em Torres Novas mas foi nestes últimos 2 anos em que obtive os meus melhores resultados sagrando-me Campeão Nacional nas épocas 2016 e 2017.

Espero num futuro próximo realizar uma prova internacional nesta escala, mas ainda não foi possível sobretudo por razões profissionais. Desde que comecei nestas andanças do radiomodelismo experimentei algumas provas de 1/8 Elétrico Todo Terreno, o ano passado participei na Taça de Portugal de 1/10 Nitro (combustão) que correu muito bem com um lugar no pódio, na minha estreia em Nitro.

TM: Indica-nos que equipamento optaste para competir? Qual a tua escolha de chassis, motorização, comando e o que achares relevante – sem revelares os teus truques.

O equipamento que estou a usar este ano é: chassi Xray T4 2018; variador Fleta PRO; motor Muchemore ZX V2 10.5 T ER spec; baterias Orca 6300mha Generation 4; servo Sanwa low Profile 801 e comando Sanwa M12S

O chassi será sempre a arma principal para a competição sendo este Xray T4 ao longo dos anos um dos melhores do mercado já com vários anos de evolução mas mantendo a base principal tem-se revelado infalível tanto cá como a nível internacional, já uso esta marca há vários anos tendo um conhecimento profundo do carro o que facilita a afinação e preparação das provas.

A eletrónica, variador, motor e baterias, existe uma evolução brutal de andamento nos últimos anos sendo sempre uma escolha difícil mas as grandes marcas conseguem sempre um equilíbrio sendo depois um questão de gosto pessoal, 90% das vezes as diferenças de andamento que vemos nas pistas não esta na potência ou falta dela mas sim no setup do carro e na condução.

TM: Impressões do teu ‘setup’ para este ano? Depois da 2.ª prova pensas que as coisas estão estáveis ou ainda há muito a evoluir?

O setup é uma constante evolução até no próprio dia da corrida alteramos coisas. Há muitas variantes, como por exemplo, traçado, condições da pista e o tempo. Quando se corre à milésima tudo conta.

Depois da segunda prova tenho a certeza que o carro está no bom caminho para fazer uma boa época. A primeira prova foi muito má para mim e não só. Acho que foi sentido por toda gente que não conhecia bem a pista, as condições meteorológicas complicaram muito a nossa visita a Lisboa numa pista em que não tínhamos qualquer experiência.

TM: Qual é a tua expectativa para o campeonato deste ano?

Nunca crio expetativas nem tenho obrigações para tal por isso encaro cada corrida como um novo desafio onde todos começamos com zero pontos somos todos potenciais vencedores o equilíbrio é muito grande e muito facilmente se perde tudo numa corrida com um pequeno azar ou erro.

Depois de ganhar dois campeonatos seguidos, ganhar o terceiro ainda é mais difícil, mas estou lá para a luta logo veremos como acaba.

TM: Consegues dar-nos uma ideia dos teus custos de participação por corrida?

Custo de equipamento de uma prova fora é: Licença desportiva nacional FEPRA: 35 euros (anual permite participar em todas as provas/escalas do campeonato nacional); inscrição em prova do campeonato nacional: 25 euros; pneus control no caso dos 1/10 Elétricos: 25 euros (podemos comprar no máximo 2 jogos de pneus por prova). A deslocação para as provas vai variando conforme o local.

TM: É possível, ao público em geral, assistir a este tipo de eventos. O que faz falta dinamizar para haver maior afluência?

Sim é possível qualquer pessoa assistir às provas. Não tem qualquer custo. O que nos falta de momento é um maior apoio e divulgação das pistas para atrair mais público, onde tudo começa, antes das provas e da competição, todos começamos pela curiosidade e procura de divertimento.

TM: Este passatempo contribui para o teu bem-estar ou, com a competição, sentes que é mais uma forma de ‘stress’? Consegues conciliar os treinos e as corridas com a componente familiar e profissional? Recomendas esta atividade a quem nos lê?

Neste momento não consigo estar muito tempo sem ir à pista para mim é um escape ao dia a dia e quando subimos ao palanque não pensamos em mais nada a não ser no nosso carro, a competição no meu caso é essencial para ter um objetivo e treinar para ser cada vez melhor, não criar demasiada expetativa penso que é a forma mais saudável de se andar nisto.

Conciliar os treinos/provas para mim é o mais complicado, mas também porque achamos que nunca chega.

Recomendo a toda gente experimentar ou passar por uma pista ver os carros e o ambiente à volta disto é muito bom, ajuda imenso a desenvolver as pessoas, socialmente, a pensar e a controlar as emoções na hora de subir ao palanque.

 

O ENTREVISTADO NUM MINUTO

Nome: Frédéric Santos
Idade: 35
Naturalidade: França
Reside: Arcozelo – Vila Nova de Gaia
Preferências pessoais
Hobby: Radiomodelismo.
Livro: Não me lembro.
Disco/músico: 3.º Capítulo/Daweasel.
Filme: “Amigos Improváveis”.
Comida/Prato: Um bom bife.
Praia: Cacela Velha.
País: Portugal.
Férias: Tailândia.
Viagem que gostava de fazer: Japão.
O que o inspira: A vida.

#TablierMagazine

Para mais informações sobre as provas deste campeonato consulte a página da FEPRA onde pode encontrar esclarecimentos sobre os clubes organizadores: RAC – Clube Radiomodelismo São Domingos de Ranas; AAC – Associação Académica de Coimbra – Secção de Radiomodelismo; CRAFF – Clube de Radiomodelismo da Figueira da Foz; ARMAIA – Associação Recreativa de Modelismo da Maia; ACRP –  Clube Radiomodelista do Porto.

A próxima prova realiza-se nos dias 2 e 3 de junho – pista de Maiorca (clube anfitrião CRAFF – Clube de Radiomodelismo da Figueira da Foz).

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