La vie en rose
Paris, cidade luz. Assim é conhecida a capital europeia que mais turistas recebe. Acrescentaria: Paris é capital europeia da mobilidade elétrica. Existem “postos de abastecimento” de energia elétrica por todo o lado, disponíveis e gratuitos.
O nosso Soul EV sente-se muito bem em Paris. O pequeno-grande crossover da Kia foi idealizado para uma utilização urbana e nesses conseguimos ultrapassar os 250 km de utilização com uma só carga, sem poluir, sem barulho e com muita energia. Desde que saímos do Cabo da Roca já percorremos quase 2000 km. Num veículo similar a emissão de dióxido de carbono seria no mínimo de 137 g/Km, o que significa que o nosso Soul EV já evitou a emissão de 274 kg do famigerado CO2, o composto químico “fantasma” – não tem cheiro, nem sabor – que desequilibra o efeito estufa do planeta.
Conduzir em Paris é uma loucura!
Sempre tive a opinião que Paris é uma cidade rápida. Basta ver a la folie – quase robotizada – da Place Charles de Gaulle, uma das rotundas mais famosas do mundo, com o seu Arco do Triunfo. Vale a pena parar e apreciar como os parisienses circulam por ali. Não há semáforos, nem marcações no chão e a prioridade é de quem entra na rotunda criando o efeito de roda-dentada. Uma engrenagem muito bem oleada. Tudo flui rapidamente e ainda há tempo para deixar passar – com um sorriso – o turista que se atreve fora da passadeira.
Muitos dizem que conduzir em Paris é uma loucura. Não concordo. Haviam de conduzir no Cairo, Dakar ou em Luanda, só para dar alguns exemplos.
Chegamos a Paris sob chuva torrencial e uma temperatura “amena” de 5 graus. Condições meteorológicas que se prolongaram, agravando-se durante a noite com fortes rajadas de vento. Mas, Paris é sempre Paris até à chuva. Que o digam os milhões de casais de todo o mundo que escolhem Paris para fazer uns upgrades românticos à relação.
Paris: o farol do mundo
Nós (a Glória e eu) vivemos alguns anos em Paris – e peço desculpa se a crónica descambar para o pessoal. Mas, foi na cidade luz que acabamos os nossos estudos e entramos no mercado de trabalho. Estávamos nos primeiros anos da década de setenta do século passado, sim, nós somos sexygenários – e Paris vivia uma convulsão social e cultural inédita, muito criativa e chocante para a sociedade conservadora, fruto da ignição do maio de 68 e da necessidade da juventude partir a loiça toda. Pela primeira vez, os jovens passavam do estado subordinado, ao estado agitador. Paris era o farol do mundo. Eram os anos loucos da vanguarda na arte e na vida intelectual. A revolução sexual, a participação dos estudantes nas decisões de ensino, a guerra do Vietname, os dogmas religiosos, a igualdade de direitos… a utopia servia-se com vodka-laranja, com o rótulo: make love, not war.
Nota do autor: no momento em que acabo esta crónica, estamos em Gronigen, no norte da Holanda.
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