MOTOGP: Cal Crutchlow venceu GP da Argentina
O Grande Prémio Motul da República Argentina – Termas de Rio Hondo de MotoGP teve a partida adiada 20 minutos (marcada inicialmente para as 19h00 horas, de Portugal), devido à chuva que fustigou o Circuito Termas de Rio Hondo, durante o dia. Mas revelou-se uma prova cheia de peripécias.
Verificadas as questões de segurança da pista e formada a “estranha” grelha de partida o GP da Argentina de MotoGP arrancou, com alguma confusão. Jack Miller saiu de uma inédita grelha, por decisão da direção da prova. Uma vez que não abandonou a grelha para troca de pneus é beneficiado com alguns metros sobre o restante grupo de pilotos. Com a distância que lhe foi garantida, saiu na liderança enquanto, mais atrás, Dani Pedrosa caía.
Na segunda volta troca de posições, ficando na liderança Marc Márquez a assumir o comando. No entanto, o facto de ter necessitado de circular – durante a formação da grelha – para colocar o motor da mota a trabalhar e ter regressado à sua posição inicial, antes de ser dada partida, circulando na reta da meta em sentido contrário, é penalizado – a direção de corrida aplica a sanção – Ride Through – uma passagem pelo pit lane.
Com esta penalização Marc Márquez regressa à corrida na 19.ª posição numa fase em que Jack Miller assume de novo a liderança, seguido de muito perto por Alex Rins e Johann Zarco.
Gerou-se até ao final da corrida uma luta pelos lugares do pódio com alternâncias entre Cal Crutchlow (LCR Honda Castrol), que acabou por vencer a prova; Johann Zarco (Monster Yamaha Tech 3), a ficar em segundo e a fechar o pódio Alex Rins (Team Suzuki Ecstar). Jack Miller (Alma Pramac Racing), que tinha conseguido a pole-position, acabou por se classificar em quarto lugar.
A corrida não foi isenta de dramatismo já que, na recuperação que Marquez encetou, foi ‘abalroando’ alguns pilotos, pedindo desculpa pelo caminho. Numa dessas ocasiões recebe ordem para deixar passar o piloto que empurrou e, depois do compasso de espera, volta ao ataque. Outra das suas vítimas foi o ‘adorado’, em terras argentinas*, Valentino Rossi. Circulava em 6.º quando, por outra investida de Marc Marquez, cai. Manifestamente irritado, consegue voltar à pista mas, a 4 voltas do fim, já não consegue mais do que ficar quase a fechar o pelotão, terminado a corrida em 19.º lugar. Marc Marquez sofreu uma penalização de tempo que o deixa na 18.ª posição.
Com as equipas satélites a ‘arrancarem’ os dois primeiros lugares do pódio aos pilotos de fábrica, e um terceiro lugar nada comum, esta competição fica ao rubro. A próxima (e terceira) ronda do Campeonato vai ter lugar em Austin, no Texas, entre 20 a 22 de abril, quando ainda ficam a faltar 16 provas para o desfecho da temporada.
* Valentino Rossi foi homenageado, na passada sexta-feira (7 de abril) com uma estátua inaugurada na porta do Museu do Autódromo de Termas de Río Hondo. A peça, construída com 9 mil peças de sucata, 30 000 pontos de solda, representa o campeão mundial, e é assinada pelo uruguaio Joaquín Arbiza.
Quadro da Classificação MotoGP
MOTO2 – Miguel Oliveira fez uma grande corrida e o prémio foi o terceiro lugar no Grande Prémio Motul da República Argentina – Termas de Rio Hondo, que se correu hoje à tarde. O vencedor foi o italiano Mattia Pasini (Kalex), da Italtrans Racing Team, com 40’37.538. Xavi Vierge (Kalex), da Dynavolt Intact GP, que saiu da pole-position, ficou em segundo lugar.
O piloto da KTM partiu muito bem, saindo da sétima posição da grelha de partida. Motivado, logo na primeira volta, alcança a segunda posição, fazendo uma recuperação impressionante. Lorenzo Baldassarri (Kalex) concluiu a primeira volta à frente do pelotão, ficando o trio da frente completo com Xavi Vierge (Kalex).
Miguel Oliveira tinha manifestado sábado, a vontade de se aproximar dos lugares cimeiros, o que se verificou e, quando lá chegou não mais largou a frente do pelotão. O mesmo não aconteceu com Lorenzo Baldassarri que, com o passar das voltas foi ficando para trás. Aos pilotos da frente juntou-se outro protagonista Mattia Pasini (Kalex), que acabou por vencer a prova.
A segunda parte da corrida foi dominada pelas trocas de posições entre os três primeiros, com Miguel Oliveira, a passar também pelo comando. Mas, cumpridas as 23 voltas foi o italiano Mattia Pasini, a cortar a meta em primeiro.
No final da corrida Miguel Oliveira comentou: “Acho que deixei demasiado ‘a porta aberta’ em alguns momentos da corrida. Sabia que era uma corrida sem grandes zonas de ultrapassagem. Senti-me bastante forte, o meu ritmo e velocidade estavam lá, mas acho que talvez as minhas trajetórias não tenham sido suficientemente defensivas e também tive a infelicidade de ser tão empurrado para fora e perder muito tempo; a três voltas do fim, o [Xavi] Vierge também me passou e não houve muito que pudesse fazer. Ainda assim é um desfecho bastante positivo, levamos muitos pontos para casa, começamos a voltar à nossa performance normal e estou feliz por conseguir este pódio”.
O piloto de Almada soma assim 16 pontos aos 11 já alcançados no Qatar, no arranque da temporada de 2018, mantendo o 5.º lugar da classificação geral do Campeonato do Mundo de Motociclismo em Moto2.